terça-feira, 18 de agosto de 2009

Quais setores são os mais promissores da bolsa?

Por Cláudio Gradilone
12/08/2009 - 18:21

As ações vêm sendo o melhor investimento do mercado nos últimos tempos. Nos quase 45 dias corridos do terceiro trimestre de 2009, o Índice Bovespa já subiu 8%. Na média, as 340 ações líquidas negociadas na bolsa avançaram 14,5%, superando, e muito, os juros nesse período.

Setores como construção civil brindaram seus acionistas com uma valorização superior a 30% nesse período, quase 1% por dia útil.

Explicar o passado é fácil. Resta saber, agora, quais são os setores mais promissores para o que resta de 2009. Para saber isso, o blogueiro falou com vários profissionais do mercado e fez umas contas simples.

Foram comparados dois indicadores: a valorização das ações e a relação Preço / Lucro (P/L). Esses números, os mais quotidianos do mercado, mostram basicamente o seguinte:

- o quanto uma ação subiu em um determinado período;
- se a rentabilidade da empresa é alta ou baixa (P/L)

Assim, o setor de construção civil, que subiu mais de 30% no terceiro trimestre, está com um P/L negativo. Ou seja, na média, as 40 empresas do setor mais dão prejuízo do que lucro. Há grandes possibilidades, portanto, de que a alta das empresas de construção civil tenha sido provocada por uma expectativa do mercado com relação a fusões e aquisições de empresas.

Na outra ponta, o setor de petróleo e gás subiu pouco mais de 2% no trimestre. Parece que o setor perdeu o bonde de alta e tem muito espaço para apresentar um desempenho fulgurante nas próximas semanas. No entanto, o P/L médio desse setor é de 14, quase 60% acima da média do mercado, que está em 9. Ou seja, o setor não subiu porque já havia subido nos trimestres anteriores.

Para procurar os setores mais promissoes, é preciso escolher entre as ações que subiram menos e que estão com os P/Ls mais baixos. Infelizmente, são poucos os setores que se enquadram nessa categoria. Apenas energia elétrica, que subiu apenas 5% e está com um P/L de 4,5, e eletroeletrônicos, que subiram 4% e estão com um P/L de 5.

Quais os setores menos promissores, então? Um dos que parecem problemáticos é o do comércio, cujas ações subiram 22% no terceiro trimestre e cujo P/L está acima de 22, duas vezes e meia a média do mercado.

O que fazer? Em termos gerais, os prognósticos para a bolsa são positivos. Os juros estão baixos e o refluxo recente dos índices de inflação promete abrir espaço para novos cortes, pelo menos na cabeça dos investidores – onde, alíás, são tomadas as decisões de comprar e vender. No entanto, há poucas barbadas e muitos sinais claros de papéis que estão maduros para uma realização de lucros.

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