terça-feira, 18 de agosto de 2009

Como a queda do dólar afeta as ações



Por Cláudio Gradilone 23/07/2009 - 18:32

fonte: http://portalexame.abril.com.br/blogs/gradilone/l

Pela primeira vez em mais de dez meses, o dólar fechou abaixo do nivel psicológico de 1,9 reais. A moeda americana encerrou o dia cotada a 1,889, queda de 0,78%. O setor exportador vai gritar, os importadores vão comemorar, e o dólar vai continuar caindo.

Por que? O comportamento do dólar é o mesmo do chuchu na feira: os preços caem quando a oferta aumenta, e sobem quando a oferta diminui. A oferta de dólar vai continuar elevada e crescendo, e há pouco que se possa fazer para conter a enxurrada de moeda americana.
A razão é simples. Os investidores dos países desenvolvidos passaram o último ano amargando rentabilidades baixas dos títulos da dívida pública de seus países de origem. O medo do calote era tão intenso que eles preferiam ganhar quase nada.

Depois que o medo do calote amainou, o regime espartano começou a cansar. Enfastiados com o ganho magro, os investidores de fora sentiram uma gana incontrolável de se refestelar com as delícias dos mercados emergentes. E, com isso, eles enviam dólares em profusão para países como o Brasil, por exemplo. Apesar de os juros estarem no menor patamar da história recente, as taxas ainda são muito mais generosas do que as internacionais.

O Banco Central (BC) tem atuado sistematicamente no mercado para comprar dólares e atenuar a tendência de baixa, mas mesmo essa atuação tem limites. Nem mesmo o BC é capaz de conter o fluxo de recursos.

Isso traz duas lições. A primeira, bem conhecida, é não pensar em investir no dólar. Esse é um mercado para profissionais. A segunda é tomar uma dose adicional de cautela com relação às ações de empresas exportadoras. Apesar de os preços das commodities estarem apresentando uma leve recuperação, a desvalorização recorde do dólar piora as expectativas com relação aos resultados dessas companhias.


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