quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dica de Filme: Into the Wild





A trama se inspira em um evento real, a história de Christopher McCandless, um jovem recém-formado no colegial que abandonou tudo no início dos anos 1990 para viver no Alasca, junto à natureza. O próprio Penn escreveu o roteiro, adaptado do romance homônimo de Jon Krakauer.

É incrível como o ser humano tem a capacidade de se encantar pelo que não lhe pertence, pelo que não está muito próximo dele ou de sua realidade.

Nós temos a capacidade de fazer coisas que queremos, sermos quem queremos e mesmo assim, acharmos que essa vida não é nossa. Que não é o que realmente desejamos. E assim seguimos pela busca de algo que não sabemos o que é, apenas desejamos por não ser nosso.

O filme fala de um rapaz que tem problemas com a família. Por esses problemas que ocorreram, ele acha que nunca foi o que realmente era, ou seja, ele próprio nunca foi uma verdade. Dentro disso ele procura se encontrar, se desligar de tudo e de todos para descobrir à si mesmo.

A aventura é contagiante, pois leva você à querer se aventurar nem que seja para ir à cidade mais próxima, mas de uma forma “alterativa”. Nada de carros, dinheiro ou comunicação. Apenas você e o seu destino. O que vier no meio disso não importa, só importa chegar lá.

Dentro desse percurso ele conhece pessoas que sempre lhe agregam algo e ele mesmo agrega algo à essas pessoas. Sempre! Mas ele não se prende à isso, já que só o destino dele é o que importa.

É tentador, contagiante e verdadeiro. Realmente é possível viver assim, até você descobrir a sua verdade que, nesse caso, eu concordo com o filme.

Após ele passar por tudo isso – viagens, amizades, sufocos e conhecimentos -, ele descobre a sua verdade e a escreve em um caderninho. Ele escreve tudo nesse caderno. A verdade dele é que “a felicidade só é verdadeira se for partilhada”. O engraçado é que não é o primeiro lugar que eu vejo/leio sobre isso.

Aí eu volto no início deste texto e digo: o ser humano busca o que não tem. Eu busco o que não tenho. Enquanto assistia ao filme, eu pensava na quantidade de coisas que adoraria fazer. Além de ser publicitário, eu gostaria de ser escritor, artesão, designer e aventureiro. Esses meus desejos seguirão até o dia em que me aparecer outra coisa descohecida. Isso levará ou à adição de mais uma vontade ou à substituição de uma ou algumas das vontade que tinha.

Ouço muito dizer que eu não devo me apegar às coisas/pessoas. Sim, eu me apego muito e concordo que devo diminuir isso, mas o desapego não é a solução. Eu ainda não sei qual seria essa solução, mas sinto que estou no caminho e o caminho é, a meu ver, a ponderação entre a total entrega e o desapego.

Tudo tem que ter seu espaço, senão se esbarra. Mas deixar de lado vai fazer com que o “esbarrão essencial” não aconteça. Até que poderá ser tarde demais.

Eu vou seguir minha vida conhecendo meu caminho à cada passo, mas nunca me desapegarei às pessoas que eu amo. Pois “quando a gente ama, a luz nos ilumina”.
O filme é cheio de sabedorias, cheio de mensagens para o dia-a-dia do ser humano.

Como eu sempre digo: assim como um bom livro, um bom filme sempre tem algo à adiciona em sua vida.

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