terça-feira, 18 de agosto de 2009

Descubra-se! (A period of deep soul searching...)


Por Adriano Silva 26/06/2009 - 16:00
fonte: http://portalexame.abril.com.br/blogs/manualdoexecutivo/
Segundo meu amigo headhunter, a crise de autoconhecimento que acontece mais ou menos na metade da vida e da carreira do sujeito não impõe os mesmos desafios a todo mundo. Tem gente que ignora esse chamado à reflexão. Que toma um antidepressivo e segue adiante. Funcionaria mais ou menos assim: do começo da carreira até mais ou menos esse ponto, o sujeito corre atrás das oportunidades, experimenta de tudo, vive um bocado à mercê do mercado, das necessidades da empresa, das propostas que recebe, dos feedbacks emitidos a seu respeito, das expectativas dos outros. Então acumulamos dos 20 aos 35 anos, dentro do peito, uma série de versões de nós mesmos. Meu amigo me disse que isso pode começar ainda mais cedo, ainda no seio familiar. Um dia você é um idiota porque fica de recuperação, noutro dia você é o gênio que gabarita a prova de vestibular. Num dia você é um grande craque em potencial (é o que seu pai lhe diz sorrindo, quando lhe ensina a jogar bola), noutro dia você é um baita pereba que nem é chamado para a pelada com a turma (crianças podem ser bem cruéis). Você viveria nessa gangorra emocional, sem saber direito quem de fato é, o que gostaria mesmo de fazer de si mesmo e da sua vida, até esbarrar nesse período que muitos chamam de crise da meia-idade.

Aí, sim, penosamente, o sujeito começa a falar consigo mesmo. Ou começa a escutar aquilo que estava se dizendo há muito tempo, sem obter resposta. A falta de equilíbrio em sua vida, o modo desbalanceado como o sujeito avança em direção ao futuro, meio em ziguezague, meio como um ioiô que vive de subir e descer, já não soa tão bem. Já não traz realização. As lacunas e os desacertos começam a pesar e quando o sujeito percebe, ele já não consegue ir adiante sem parar e dar um pouco de atenção a si mesmo. Há gente que simplesmente ignora esse chamado interno. E segue vivendo como se a insatisfação fosse uma característica normal da vida. E há gente que se ouve e que, então, decide avançar por aquilo que meu amigo chamou de "a period of deep soul searching". Uma época de recolhimento, de autoanálise, de contabilidade interna, de entrevistar-se exaustivamente, de reconhecer-se e de estranhar-se, de criticar-se, de analisar-se, de avaliar decisões e escolhas, de rever crenças e paradigmas, de repensar sua autoimagem, seus objetivos, seus afetos e, sobretudo, que diabos você está fazendo com a sua vida.

Meu amigo sorriu e me disse que é preciso atravessar esse túnel para renascer do outro lado com a certeza de quem se é, do que é realmente importante para você, do que lhe faz feliz. Aí, segundo ele, a vida fica muito boa. Fica óbvia: "faço o que gosto e ainda me pagam por isso". Paraíso. Ao final, ele me mostrou uma história que eu já conhecia como spam e que ele afirma ter criado há muitos anos para exemplificar aquilo que me dizia ali:
a parábola de transformação da águia. Desejo a você um findi bem aquilino!

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